Sobre a cura

Sobre a cura

Como podemos entender e assimilar o que realmente representa para nós o ato de curar-se? 

Será que é representado por um remédio específico? Uma sessão de alguma terapia? Um chá ou fitoterápico? Ou uma técnica mediúnica, psiquiátrica ou manipulativa? Enxergamos talvez esta palavra na persona de um médico? Psicólogo? Curandeiro?

O que entendemos por cura? Até onde este termo vai? 

Precisamos nos conectar com a nossa essência mais profunda para chegar nesta resposta. 

O ato de curar-se vai muito além de tudo isso, e precisa ser entendido e principalmente desejado se quisermos embarcar nesta jornada que pode ser profundamente transformadora: a de buscar a cura dentro de nós para algo.

Este caminho é direcionado e iniciado muitas vezes por algo que nos incomoda, seja uma doença ou mesmo um desconforto interno, como uma angústia sem motivo, por exemplo.

Ao adentrarmos nesta jornada em busca da cura, muitas vezes não percebemos o sussurro da vida nos levando com o carinho de um pai para a lição necessária, aquela que ainda precisamos vivenciar para chegarmos ao nosso estado de maestria perante as provações terrenas. 

Frequentemente encaramos o processo como algo maçante, por vezes desesperador- que nos coloca de frente com aquilo que não desejamos ver em nós mesmos, nossas sombras ou talvez algumas feridas com as quais não desejamos ter que lidar mais. 

Até que o dia do confronto chega, mais cedo ou mais tarde. Somos levados com carinho e suavidade sempre ao mesmo destino, mas insistimos em não ver. Ou em alguns casos podemos ser empurrados de forma mais truculenta, até que consigamos enxergar a necessidade de trilhar este caminho.

Curar-se vai muito além de restaurar a saúde: significa restaurar nossa integridade e equilíbrio em todos os níveis, reestruturar nossa consciência acerca de quem realmente somos, reequilibrar nossos aspectos mais desafiadores nos níveis mais profundos de nosso Ser infinito, restaurando assim nosso poder pessoal sem amarras nem bloqueios de nenhum tipo. Significa fundir-se em alegria ao nosso Eu mais Divino e profundo. Restaurar nossa Luz, e fazê-la brilhar através dos nossos olhos, ajudando a também restaurar o nosso próximo, em amor e Unidade. 

O processo de cura em si traz consigo muitos desafios, pois para que seja efetivo precisa ser consistente, precisa abranger muitas camadas de nosso Ser. Focar na cura unicamente do corpo físico não faz sentido, uma vez que este é apenas um dos tantos corpos que temos. Estaríamos trabalhando apenas na camada mais superficial. O corpo físico é responsável por expurgar os desequilíbrios dos outros corpos acima, ou seja, não cria nada, apenas transmuta e expurga (pela densidade envolvida). 

Para agirmos de forma efetiva, há que se perguntar se realmente o desejo real de cura está presente, e em que nível. Senão o processo será incompleto, superficial e inefetivo. Logo será necessária nova intervenção, através de um novo “direcionamento amoroso” por parte da vida que tanto nos ensina.

Encarar o processo com leveza, por mais complicado que seja, nos permite aprender mais rápido com ele, facilitando assim todo o processo. Ao iniciar um processo de cura (seja ele cura do corpo físico ou dos corpos / astrais/ emocionais) devemos nos alegrar pela oportunidade, pois estaremos iniciando uma das jornadas mais importantes das nossas vidas: o reencontro com nossa verdadeira essência, com quem realmente somos. E o foco do processo todo deve ser este reencontro, pois não há ninguém mais importante para encontrarmos neste mundo do que nossa essência verdadeira. 

Quando iniciamos nosso processo de cura com este propósito, tudo fica mais fácil. E a cada camada trabalhada, nos deparamos com aspectos nossos por vezes ainda desconhecidos, que podem nos mostrar muito sobre nós mesmos.

Entender e aceitar nossas responsabilidades perante tudo o que estamos vivenciando nos oferecerá também uma maior potência em tudo isso, gerando maior vivência do processo de restauração da alma e de suas nuances, agregando assim maior complexidade à nosso Espírito eterno. 

Enxergue a beleza que reside nesta metamorfose espetacular, onde vamos, camada por camada, removendo as películas que nos impedem de enxergar quem somos verdadeiramente. Abraçar a alegria da redescoberta, do reencontro. Isto é a cura. Eliminar tudo aquilo que não somos, para poder reconhecer quem somos. Agradeça por poder trilhar este caminho, mesmo que na dor. Provavelmente escolhemos desta maneira, então honre suas escolhas e abra-se para a jornada mais transformadora que viverá em toda sua existência: o reencontro consigo, no nível mais profundo possível, bastando apenas permitir e acolher o processo de redenção, numa fusão profunda consigo mesmo e com tudo que há.

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