Sobre a mudança e os lírios

Sobre a mudança e os lírios

“Olhai os lírios do campo”

Esta semana durante um atendimento, uma equipe de benfeitores ligados às equipes espirituais evolutivas da cliente veio ajudar em seu tratamento, reconectando-a ao seu propósito de vida.

Eram equipes orientais, que haviam vivido na Terra há muito tempo. Como peregrinos, que andavam de lugar em lugar buscando sua paz interna, seu sustento espiritual, enquanto saboreavam a vida terrestre em toda sua simplicidade.

O que me chamou a atenção foi uma frase muito pontual proferida por umas das mestras desta equipe oriental, que seguia sua evolução no plano espiritual. Ela falou para sua mentorada: “Vocês encarnados realmente têm medo de mudanças. A mudança é na verdade um presente, só é oferecido à alguém que tenha merecimento para tal. Deve ser encarado como o culminar de um processo de esforço pessoal, e não com medo- pois é algo que conquistaram. Uma nova oportunidade de reconstruir, refazer, ser. Observem a beleza deste momento.”

Achei simplesmente maravilhosa esta nova visão sobre algo tão corriqueiro, que observamos sempre com desconfiança. A mudança é necessária, mas também é exatamente o que ela mencionou: um presente da vida, uma nova oportunidade de fazer diferente, de recomeçar e fazer de uma maneira melhor. 

Ela ressalta que o processo de mudança só é ofertado à quem faz por onde, quem tem o merecimento para realmente ser direcionado para uma mudança de direção. Caso contrário permanecerá onde está. 

Ela pede que observemos as pequenas mudanças que a vida promove todos os dias ao nosso redor: o desabrochar de uma flor, o nascimento de uma criança, as estações que chegam e vão, o Sol que muda toda a paisagem, a metamorfose da borboleta, que em muito esforço culmina com o bater das asas em leveza e alegria. 

Acolhermos estes movimentos de mudança iminentes significa aceitarmos o presente que a vida nos oferece, somente para quem tem a singeleza no olhar para perceber. Significa a reconexão com o merecimento, pois se estamos tendo a oportunidade de mudar, significa que atingimos o patamar desejado, e podemos ter a chance de seguir além. Isso por si só já é a transformação e o caminho em si. 

Um processo de mudança quando é iniciado deve ser encarado como a metamorfose necessária que propõe um novo caminho, e nunca com angústia. Nos ensina a soltar o controle e confiar, soltar que não é mais necessário, soltar a lagarta pesada para voarmos e redescobrirmos nossa beleza, com leveza e alegria. 

Acolha com gratidão se tiver a chance de realmente mudar, entenda que está recebendo um verdadeiro presente- uma nova linha de tempo- e aceite com alegria este caminho. Trabalhe para liberar seu peso interno, descarregar tudo aquilo que não é mais seu. 

Saber soltar significa entregar e confiar. Significa ter a certeza plena de que algo muito maior está no controle de tudo, e que a estrada será sempre a certa. Significa parar, respirar e “olhar os lírios do campo” sempre que possível, sem se preocupar com que acontecerá se formos por neste ou aquele caminho.

Há inteligências maiores no controle de tudo, nosso objetivo é simplesmente aproveitar o caminho, vivenciar a beleza das coisas, da vida, de tudo. Fechar os olhos e sentir, respirar, deixar bater o coração, desfrutar dos pequenos presentes diários que recebemos, aprender e entender o caminho….soltar.

Os “lírios” estão em todos os lados, distribuindo aroma e beleza para quem desejar receber. Aproveite sua estada aqui, ela não será muito longa. Desfrute! Se renove a cada momento, se extasie com a beleza de tudo. Tem uma frase que gosto muito, de um dos poetas que mais admiro- Khalil Gibran (que sempre me encanta por sua leveza nas palavras) onde ele fala que “A beleza é a eternidade à olhar-se ao espelho. Mas vós sois a eternidade e o espelho.” 

Acolha a mudança, desfrute, receba. Vale a pena. Os lírios estão por toda parte, te convidando a ser leve e sonhar. Apenas observe e acolha. Mudar significa que estamos de posse de nosso destino. 

Te desejo mudanças! Mas também leveza…”Olhai os lírios do campo” (do sempre imortal Erico Veríssimo).

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